O mercado de loteamentos registrou um crescimento de quase 200% durante a pandemia em comparação com o ano passado. A pandemia fez com que todas as pessoas pensassem e repensassem suas situações de moradia.
A necessidade de passar mais tempo em casa para fazer isolamento social fez com que as pessoas percebessem a importância de terem mais espaço em suas residências e, principalmente, áreas de lazer ao ar livre. Essa mudança de cenário se deve muito a uma mudança de perfil nas buscas do consumidor de imóveis.
De acordo com pesquisa recente, 40% das pessoas pelo menos consideraram deixar as grandes cidades durante a pandemia, se não para o interior, para as regiões de subúrbio, com mais espaço e conforto.
A tendência durante a pandemia foi de que muitas profissões e estudos passassem para a modalidade à distância, em casa, o que gerou a necessidade de espaço para o Home Office. Além disso, o tamanho dos imóveis e os espaços de lazer como piscina, quintal, churrasqueira passaram a ter mais importância para a qualidade de vida. A busca por casas e lotes/terrenos para construção de casas aumentou devido a essa demanda por maior espaço e conforto.
Não precisar mais ir ao trabalho ou à escola/universidade pessoalmente retirou a importância de estar perto dos grandes centros urbanos, e aumentou a procura por imóveis mais distanciados. Esses imóveis proporcionam maior espaço e liberdade por um menor preço, aumentando a qualidade de vida do morador.
Morar em apartamentos pequenos e centrais tornou-se muito mais desconfortável e sem propósito, ou seja, houve uma inversão brusca das tendências no mercado da construção.
O Raio-x Fipe/Zap de outubro de 2020 mostra que a maioria dos compradores de imóveis têm o objetivo de morar no imóvel (61%), enquanto a finalidade investimento corresponde a 39% das respostas na pesquisa. Quanto à intenção de compra de imóveis, a grande maioria deseja adquirir imóvel para moradia própria (86%), enquanto o investimento é objetivo de apenas 14%.
Isso demonstra que muita gente procura soluções para sair do aluguel e ganhar mais espaço e conforto em suas moradias, a busca é por qualidade de vida.
As loteadoras têm apresentado um grande escoamento do estoque de lotes e terrenos, sejam comerciais ou residenciais. Dentre os imóveis comerciais, destacam-se os terrenos voltados à logística, ainda segundo a reportagem do Jornal do Comércio
Isso se deve também ao aumento das compras online, que aquecem o setor de transporte e entregas internas no país, e também à forte atividade de exportação, que geralmente demanda uma logística de transportes marítimo e terrestre combinados, com muitos pátios de containers e centros de distribuição.
Quanto aos loteamentos residenciais, a maior tendência no mercado de loteamentos é o financiamento direto com as construtoras e incorporadoras, que muitas vezes é mais fácil para o consumidor do que a aprovação de um financiamento de imóvel pronto.
O preço do lote residencial é mais barato e garante a liberdade de realizar o projeto que o cliente deseja e conforme o orçamento permitir. A burocracia do financiamento bancário, principalmente para a comprovação de renda em um período de Economia instável, costuma ser o maior impeditivo para a compra, e o financiamento direto com a construtora ou incorporadora é uma alternativa mais acessível ao consumidor.
A Caixa Econômica também modificou em agosto de 2020 linhas de crédito para financiamento de lotes urbanizados. Podem ser financiados valores entre R$ 50 mil e R$ 1,5 milhão, com taxa de juros efetiva de até 8,5% ao ano + TR, quota de financiamento de até 70% sobre o valor de avaliação do terreno e prazo de até 240 meses para pagamento da dívida.
Para a aquisição de lote houve uma mudança significativa de aumento do financiamento de 50% para 70% do preço do terreno, o que também contribui para o aquecimento do setor do mercado de loteamentos.